Reduções de carga horária, cortes de salários, diminuição do consumo, suspensões de projetos e investimentos. Esses são apenas alguns dos muitos efeitos econômicos da pandemia de covid-19 percebidos mundo afora. Não à toa, estamos vivendo um período de cautela e incertezas. Porém, o momento é também de estudo e pesquisa para entender as consequências da crise em curto e longo prazo.
Por um lado, parte das tendências empresariais para 2020 parecem inalteradas, bem como as habilidades profissionais exigidas no mercado. Por outro, modelos de negócios precisarão ser adaptados à nova realidade, considerando especialmente as mudanças nos hábitos de consumo. Afinal, com a quarentena e o distanciamento social, muita gente está revendo seus padrões de gastos.
Nova realidade, novos hábitos
Para desacelerar o avanço do novo coronavírus, uma das principais recomendações das autoridades de saúde é que as pessoas fiquem em casa. Com a pandemia, aliás, inúmeras empresas liberaram seus funcionários para trabalhar em home office. Esse maior tempo de permanência nas residências logo surtiu efeito nos hábitos de consumo. A busca por serviços online e de tele-entrega, por exemplo, disparou. E tudo indica que essa prática será mantida após a crise. Será parte do “novo normal”.
Além disso, consumidores parecem estar tendo maior critério com suas despesas. Segundo um levantamento feito pelo app Olivia, voltado a finanças pessoais, entre fevereiro e março houve queda na renda de seus clientes. Os gastos fixos e essenciais também sofreram cortes, proporcionais, mas o valor economizado mensalmente pelos usuários aumentou. Ou seja, com a quarentena, as pessoas estão redescobrindo como fazer economia.
Consumo focado em experiências
Outro fenômeno que pode ocorrer entre os consumidores é a revisão de suas prioridades de consumo. Em tempos pré-pandemia, os gastos não essenciais mais frequentes costumavam ser com itens como vestuário e calçados. Porém, sem poder sair de casa, faz pouco sentido adquirir roupas ou tênis que excedam as necessidades básicas.
Por outro lado, o investimento em experiências tende a ganhar espaço. Mesmo porque, com o isolamento social, as pessoas percebem mais necessidade de vivenciar situações diferentes. Consequentemente, após a pandemia podem ganhar preferência os gastos voltados a cursos, viagens e experiências de bem-estar, conforto e produtividade.
Portanto, cabe às empresas e seus gestores encontrar meios de incorporar criativamente aos seus negócios essa tendência de consumo. Afinal, quem o fizer deverá obter boa vantagem competitiva no mercado com a retomada das atividades.
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