Durante a Revolução Industrial, as máquinas eliminaram parte da mão de obra das fábricas. Agora, o mesmo é esperado em relação à Inteligência Artificial. No entanto, com os avanços da tecnologia, as atividades de menor complexidade não devem ser as únicas a sofrer transformações. Afinal, a Inteligência Artificial já tem demonstrado aplicações inclusive em processos criativos. É o caso do sistema batizado de Angelina, que sozinho é capaz de criar jogos de videogame. Outro exemplo é o quadro “The Butcher’s Son”, do artista visual alemão Mario Klingemann. Apesar dos ares de pintura, a obra foi produzida por uma máquina ensinada a replicar retratos.
Por sua vez, o Project Magenta usa o aprendizado de máquina para compor músicas. Enquanto isso, o Google Deep Dream modifica desenhos e fotos a partir de algoritmos de reconhecimento de imagens. Outra mostra de que os robôs vêm ganhando mais espaço em atividades humanas são os avatares que atuam como influenciadores digitais. Porém, os desenvolvedores de Inteligência Artificial ponderam que o objetivo não é o de substituir artistas por máquinas. Segundo eles, a ideia, na verdade, é atuar em colaboração para expandir os horizontes da criatividade humana.
O robô que faz versos à beira mar
Criado pela designer Yuxi Liu, o robô sensitivo Poet on the Shore pode escrever poemas na areia da praia. Sua inspiração vem de uma série de sensores que lhe permitem sentir o mar, o vento e os sons. Assim, ele descobre padrões e produz associações para estabelecer seu processo criativo. O resultado são belos versos deixados na beira do mar através dos poderes da Inteligência Artificial.
Novas fragrâncias também passam pela Inteligência Artificial
Com lançamento previsto para este primeiro semestre de 2019, O Boticário utilizou a Inteligência Artificial para produzir dois novos perfumes. Para tanto, ensinou ao computador o processo de criação da fragrância e inseriu dados de mais de 3 mil matérias-primas. Por não ter limitação de combinações, a Inteligência Artificial pode usar ingredientes que, às vezes, passam despercebidos por um perfumista. Com isso, são inseridas matérias-primas inusitadas ou incomuns. Outro detalhe importante observado pela empresa foi a redução do tempo para o desenvolvimento de novos produtos.
Novos campos para os criativos
Mesmo que a Inteligência Artificial esteja ganhando cada vez mais sentidos, profissionais criativos devem seguir com novas oportunidades. Afinal, as máquinas precisam de roteiristas para ajudar em seu aprendizado, como desenvolver suas falas e personalidades. Assim, enquanto a tecnologia age como uma espécie de “pincel inteligente”, os humanos ainda serão os responsáveis por seus comandos.
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